Por Francisco Orofino e Carlos Mesters
O fio condutor das leituras de nossa celebração deste domingo é a oração insistente. Jesus ensina que devemos ser perseverantes na oração. Esta insistência revela nossa total confiança na ação libertadora de Deus em nossas vidas.
Na primeira leitura, Deus anuncia a Abraão que a maldade das cidades de Sodoma e Gomorra chegou a um nível insuportável e que ambas as cidades merecem um castigo vindo dos céus. Tal ameaça da parte de Deus deixou Abraão inquieto. Será que o Deus da justiça cometerá um ato tão violento, onde até os justos perecerão da mesma maneira que os injustos? Onde está a justiça de Deus para com os justos? Abraão resolve então interceder pelos justos que habitam nas duas cidades. Começa um diálogo, que na verdade, é um teste para a paciência divina. Partindo da suposta existência de cinqüenta justos, Abraão vai descendo o número até chegar a uma possível existência de dez justos. Deus acolhe com paciência a insistência de Abraão. A resposta de Deus é definitiva: enquanto houver justos numa cidade, não haverá destruição. A presença de um único justo impede qualquer castigo da parte de Deus. Deus está sempre disposto a agir com misericórdia.
No evangelho Jesus nos ensina a rezar. Ele elabora um pequeno salmo, reunindo frases simples e diretas. Fala do Reino e do alimento cotidiano. Fala de perdão e de tentações. Fala do Pai que está nos céus e do mal que existe na terra. A versão do Pai Nosso que lemos hoje no evangelho de Lucas é menor do que a versão de Mateus, a que mais estamos acostumados a rezar. Na sua oração Jesus mostra que devemos ter uma profunda intimidade com Deus, uma relação que nos leva a chamá-lo de Pai. Nossa oração deve ser simples e sincera, feita de frases curtas e diretas, sem muito palavreado vazio ou repetitivo. Queremos que o Nome de Deus seja reverenciado; que o Reino venha; que a sua vontade seja realizada; que nos seja garantido o pão necessário; que nossos pecados sejam perdoados; que sejamos misericordiosos com o próximo e que nunca abandonemos o caminho de Jesus. Tudo bem simples e direto. Semelhantes a Abraão, saibamos insistir em nossos pedidos ao Pai que está nos céus! Sabemos atender bem aos pedidos de nossos filhos e de nossos amigos. Da mesma forma irá nos atender, em sua bondade, o Pai que está nos céus! A oração insistente, perseverante e confiante manifesta nossa fé e agrada a nosso Pai. Deus não nos recusará nada e nos dará a plenitude do Espírito Santo.
Reflexão feita a partir das leituras: Gn 18,20-32/ Sl 137(138)/ Cl 2,12-14/ Lc 11,1-13